Informação de obras

Informação de Obras Municipais

Em projeto, em execução e executada

Mapa de intervenções no espaço público.

Sobre a funcionalidade

Largo do Conde Barão

Requalificação dos espaços exteriores do Largo do Conde Barão

Largo do Conde BarãoLargo do Conde BarãoLargo do Conde Barão

Início: Dezembro 2020

Conclusão: Outubro 2021

Freguesia: Misericórdia

Área: 5 240,00 m2


Intervenção

  • Novos espaços de estadia e criação de áreas de esplanada
  • Criação de mais zonas verdes com a plantação de árvores e arbustos
  • Requalificação dos passeios e colocação de pavimento confortável
  • Requalificação das zonas pedonais: novas passadeiras
  • Reorganização do estacionamento e das áreas de cargas e descargas
  • Renovação da rede de drenagem
  • Colocação de novos ecopontos
  • Reforço da oferta de mobiliário urbano (papeleiras, bancos, bebedouros, entre outros)
  • Renovação da iluminação pública com recurso à tecnologia LED

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No âmbito do programa “Uma Praça em Cada Bairro”, que tem como objetivo a requalificação de um vasto número de praças, ruas e avenidas, espalhadas por toda a cidade de Lisboa, o Largo do Conde Barão torna-se num desses espaços importante de se requalificar.

Até agora descaracterizado, devido ao excesso de carros e com percursos pedonais pouco claros, é extremamente importante proceder-se à sua renovação, acompanhando assim as alterações e necessidades, que a cidade tem sofrido.

Torna-se, por isso, imperativa a sua revitalização, bem como da sua envolvente, não só pela tradição histórica e relevância arquitetónica, mas sobretudo como um lugar com identidade própria, e capacidade para gerar novas ligações e sinergias dentro de um renovado contexto urbano, perpetuando e refundando o lugar, de novo, na história da cidade de Lisboa.

Esta requalificação do espaço público teve como ponto de partida a sua memória e identidade, tornando relevante a arquitetura que o originou e envolve, através da criação de espaços de estadia estratégicos que reforcem eixos visuais existentes e que promovam a vivência de rua numa dinâmica real de cidade.

O Largo do Conde Barão tornar-se-á mais percetível pela sua reorganização espacial e relação com o novo Largo do Cais do Tojo consequência da eliminação viária na Tv. do Cais do Tojo. O desafogo visual e espacial permite um desenho estratégico de mobiliário em plena concordância entre praças como complemento uma da outra. Os bancos foram desenhados de modo a reforçarem esses eixos visuais “unindo” visualmente as duas praças numa só. A banca de venda de jornais existente será reposicionada por forma a não obstruir esta ligação e orientada de forma mais eficiente e interativa com a nova vivência.

Por outro lado, estes elementos poderão evidenciar relações urbanas menos reconhecíveis atualmente, mas que permitem redescobrir as razões da morfologia deste sítio, como é exemplo o alinhamento com a rua do Merca-Tudo, geometria estruturante do lugar, patente quer no alçado do Palácio Alvito, quer na morfologia do bairro a Norte do Largo, e cujo alinhamento poderá ser recuperado através da estratégia de implantação do mobiliário urbano proposto para o Largo.

Com a presente obra, pretende-se então tornar o lugar percetível, coerente, acessível e visualmente atrativo, com uma sequência estruturada de espaços de abrandamento e pausa de maior dimensão e amplitude, onde num futuro próximo, se possam cruzar e relacionar comodamente habitantes locais, comerciantes, visitantes e gerações, podendo ler-se na arquitetura, inserida num renovado contexto clarificador, a herança que outrora ligava todo o lugar.

Para o efeito, o projeto propõe a utilização de vários tipos de pavimento para a organização e dignificação do espaço publico, nomeadamente a utilização da calçada portuguesa no passeio Norte, em continuidade com a cidade pré-aterro, por se tratar de um passeio mais irregular, com larguras muito diferenciadas, e um pavimento contínuo com inertes de vidraço no passeio Sul, passeio de perfil mais regular, quer em termos planimétricos quer altimétricos.

Em ambos os casos, a tonalidade clara, resultante da utilização do vidraço da calçada nos pavimentos contínuos em betão do passeio sul, unifica de certa forma a solução geral, contribuindo para uma leitura contínua da intervenção.

A intervenção preconiza também, uma reorganização das funções urbanas existentes assumindo um perfil transversal assimétrico: um passeio norte onde se privilegia a circulação pedonal associada a estadias pontuais que possam beneficiar dos alargamentos existente (largo do Conde Barão e espaço no contato do Palácio Almada Carvalhais com a Rua das Gaivotas), e um passeio sul com uma faixa longitudinal, paralela à via, vocacionada para estacionamento, cargas/descargas e largada de passageiros, libertando o restante espaço até ao alçado para uma faixa de circulação pedonal e esplanadas.

Pretende-se que a unificação de espaço proposta contribua para que o espaço público resultante dê origem a uma sucessão estruturada de espaços fortemente interligados, revelando como pressuposto primeiro do projeto a premissa de que o espaço público será desenvolvido em prol do peão em detrimento do automóvel. Neste sentido, a demarcação clara dos passeios será conseguida pela definição da faixa já referida destinada a estacionamento, largada/tomada de passageiros e cargas/descargas, numa abordagem clara de integração no novo desenho, tornando os passeios mais generosos e claros para quem caminha, sem pôr em causa a continuidade clara do movimento pedonal.

A diminuição de lugares de estacionamento prende-se também com o facto de se tratar de uma zona provida, na sua proximidade, de três grandes núcleos de estacionamento subterrâneo (Largo Vitorino Damásio, Mercado da Ribeira e no novo edifício da EDP na Rua D. Luis I).

Contudo, serão garantidos 16 lugares de estacionamento, sendo 1 destinado a mobilidade condicionada. Por forma a reforçar esta premissa da intervenção, recorrer-se-á à elevação para a cota de passeio dos cruzamentos com a via principal (Rua da Boavista) originando uma natural e necessária acalmia de tráfego em zonas de coexistência garantindo e transmitindo ao peão uma maior segurança. Materialmente, a substituição do pavimento em betão existente por calçada de vidraço (5cm) a Norte, ligará o lugar à continuidade do espaço publico existente, ao mesmo tempo que torna o lugar mais iluminado e coerente dentro do contexto em que este se insere.