Reforço Sísmico
Sismologia
Os sismos são fenómenos naturais de origem geológica, que se geram na camada exterior sólida do nosso planeta, chamada litosfera.
O planeta é constituído essencialmente por 3 partes, como se ilustra na Figura 1: a parte exterior sólida, a crosta – subjacente a esta está o manto, que tem uma parte exterior sólida e uma parte interior líquida –, e no centro do planeta está o núcleo, que contém uma parte exterior líquida e uma parte interior sólida.
A litosfera é o exterior sólido do planeta, ou seja, a crosta mais a parte exterior sólida do manto. No entanto, é frequente referir-se apenas a parte exterior, a crosta terrestre.
A litosfera não é um corpo único, antes é constituído por várias placas que se movem entre si. Este movimento gera forças internas na litosfera, em especial junto às linhas de fronteira entre placas, chamadas falhas, que deformam a litosfera nestas zonas.
Estas forças vão-se acumulando até que atingem os limites de resistência do material da litosfera. Nesta altura dá-se uma rutura no material. Dá-se, então, um movimento entre os bordos das falhas e liberta-se toda a energia acumulada nos bordos deformados das falhas, através de um deslizamento entre os bordos das falhas, como se ilustra na Figura 2.
O material da litosfera em geral é frágil, ou seja, antes da rutura não dá sinais de que esta pode estar para acontecer. Por isso, os sismos são imprevisíveis. Como a acumulação de energia que origina os sismos se dá sempre na vizinhança de falhas, os sismos repetem-se sempre nos mesmos locais. Ou seja, locais que já foram atingidos por sismos fortes no passado voltarão a sê-lo no futuro. Por isso os sismos são fenómenos recorrentes.
Quando um sismo ocorre dá-se um fenómeno semelhante ao que acontece quando se atira uma pedra para um lago com águas paradas. No local onde a pedra cai gera-se uma perturbação que propaga através de um conjunto de ondas concêntricas. À medida que estas se afastam da zona onde ocorreu a perturbação, as ondas vão diminuindo de altura, porque a mesma energia espalha-se por uma zona cada vez maior. Nos sismos passa-se um fenómeno semelhante, mas em meio sólido, em que a passagem das ondas é a vibração do solo. Ou seja, para quem está em terra firme nas zonas mais próximas da origem do sismo (epicentro) não é possível não evitar as vibrações do sismo.
As zonas do território português em que podem ocorrer os sismos mais fortes são as que se localizam mais próximo dos epicentros dos sismos potencialmente mais fortes. Assim, estudando a história sísmica do território português, podemos prever quais as zonas com maior potencial para serem atingidas no futuro, por sismos de maior potencial destrutivo.
Essas zonas são as regiões de Lisboa, Vale do Tejo, Algarve, Alentejo e Açores. É por demais conhecida a destruição de Lisboa durante o sismo de 1755. Mas outros sismos de grande potencial destrutivo já afetaram estas zonas no passado.
A Figura 3 mostra os epicentros dos principais sismos no passado, junto ao território de Portugal Continental.