Reforço Sísmico

Entre as técnicas de melhoramento do terreno de fundação, podem utilizar-se as micro-estacas. Atualmente, a injeção de calda de cimento com elevada pressão (jet-grouting) (Figura 1) é a mais amplamente utilizada em meio urbano, com custo moderado, e eficiente no aumento da capacidade de carga, aumento da rigidez e redução da permeabilidade do terreno. 

Outras soluções, mas em geral mais onerosas, sobretudo no caso de terrenos permeáveis, passam pela injeção com caldas de cimento (Figura 2),

ou com materiais poliméricos expansivos (Figura 3) de modo a preencher os vazios existentes. Esta solução tem ainda a vantagem de impermeabilizar o solo, protegendo as fundações da penetração de humidades por capilaridade e da lavagem de finos decorrente de possível percolação. Ainda nestes últimos casos poderá proceder-se à drenagem recorrendo a filtros ou estacas de areia ou brita. Esta última solução deverá ser encarada com cuidado, pois poderá provocar abaixamentos do nível freático dando origem a assentamentos indesejados.

No caso de desagregação das alvenarias de fundação, seja por efeitos de percolação, ou por deterioração devida a agentes químicos de águas de esgotos domésticos, ou ainda pelo efeito de grandes assentamentos diferenciais que possam provocar fraturas ou desagregação, há que consolidar estes elementos, pela injeção de caldas de cimento estabilizadas por betonite ou cal, caldas de cimentos especiais, caldas de silicatos de potássio ou de sódio, ou ainda resinas epoxídicas ou de poliéster (Figura 4, Figura 5). Nestes casos, as injeções deverão ser feitas por gravidade ou a baixas pressões, para não induzirem efeitos indesejados nas alvenarias da fundação.

Quando haja insuficiente capacidade de carga, o alargamento lateral da fundação (Figura 6), em geral também associado à consolidação das fundações. O alargamento é concretizado pela execução de vigas em betão armado, ancoradas ou amarradas / seladas à fundação existente através de cabos apertados ou pré-esforçados (Figura 6, Figura 7).

No caso de se verificar a necessidade de transferir as cargas da superestrutura para uma camada mais profunda, haverá que proceder ao recalçamento (Figura 8, Figura 9). No caso em que o abaixamento do solo o permita, i.e., no caso de não ser necessário ir à procura de um fixe a maiores profundidades, o recalçamento poderá ser executado pela introdução de uma base em betão armado.

Esta solução pode, contudo, apresentar problemas e dificuldades sendo que, atualmente, a solução mais eficiente na relação custo/benefício consiste na execução de micro-estacas (Figura 10).

Caso seja necessário transmitir cargas a extratos mais profundos de solo, poderá recorrer-se ao cravamento de estacas de aço ou de betão, protegidas contra a corrosão (Figura 11). É contudo preferível, como anteriormente, a utilização de micro-estacas (Figura 12, Figura 13), evitando-se dificuldades e problemas que podem surgir com a solução anterior.

No caso de degradação da cabeça das estacas ou do engradamento em fundações como as Pombalinas deverá pôr-se a descoberto a cabeça das estacas, executando-se depois, sobre todas elas, uma laje em betão armado que, depois de endurecida, deverá ser apertada com elementos metálicos ao antigo maciço (Figura 14).