Reforço Sísmico
Paredes
Considerações Gerais
Aplicabilidade dos procedimentos descritos
A reabilitação com reforço sísmico, e naturalmente o que aqui se indica para as paredes em particular, deverá ocorrer sempre que:
- A mesma não se cinja a meras operações de conservação sem necessidade de intervenções na estrutura (pinturas, caixilharias, etc), sem remoção de paredes, ou sem necessidade de desocupação;
- Sejam detetadas anomalias nas paredes, como: fendilhação, desagregação ou esmagamento;
- O edifício apresente um considerável estado de deterioração ou obsolescência elevada;
- Venha a ser ou tenha sido aumentado o número de pisos;
- Esteja prevista ou tenha ocorrido a subtração de paredes ou a adulteração, por ex.: corte de Gaiolas Pombalinas, vigas dos pavimentos ou de outros elementos resistentes.
Paredes dos edíficios antigos de alvenaria
Embora por vezes envolta em alguma ambiguidade, a classificação dos diversos tipos de paredes existentes nos edifícios antigos pode fazer-se em:
- Paredes exteriores;
- Paredes interiores (também designadas por paredes divisórias, de compartimentação ou tabiques).
- Paredes resistentes;
- Paredes não-resistentes.
- Paredes de alvenaria ordinária, alvenaria de tijolo furado ou maciço (Figuras 1, 1A) ou de blocos de cimento;
- Paredes de madeira;
- Paredes mistas de alvenaria-madeira.
A alvenaria tradicional de pedra pode assumir vários aspetos, como os indicados na Figura 1B, em que se mostra a forma de organizar as pedras em função do material ser mais regular ou irregular.
Outras designações existem, como tabique de frontal (parede formada por um conjunto de pranchas ao alto (costaneiras) e na horizontal (travessanhos), sobre os quais se prega uma outra camada de tábuas, em diagonal, travadas por último com um ripado horizontal, o fasquio, e ainda compostas por prumos, diagonais e travessanhos em cruz de Santo André, (Figura 2). Como revestimento, aplica-se uma argamassa de cal e areia (reboco), estuque e pintura.
Tabique reforçado (como o tabique de frontal mas sem o esqueleto de madeira formado pelos prumos, cruzes e travessanhos),
Frontal, parede resistente formada por um esqueleto de madeira preenchido com alvenaria, mais rústico nas edificações pré-Pombalinas (Figura 4),
e muito mais regular e elaborado nas construções Pombalinas (Figura 5).
Muito embora as paredes que, fundamentalmente, têm uma função de compartimentação não recebam, em princípio, cargas verticais (paredes não-resistentes), elas desempenham um papel importante de travamento e de distribuição de cargas durante a ocorrência de um sismo. Assim, as anomalias encontradas em paredes não-resistentes devem naturalmente ser reparadas, contudo, no âmbito deste trabalho, interessam-nos particularmente as paredes com funções resistentes pois serão elas que irão efetivamente resistir às ações sísmicas.